quinta-feira, 2 de julho de 2015

LICITAR PARA ESCONDER: CARLOS ROBERTO OSÓRIO QUER FARDAR INTERMUNICIPAIS PARA O RJ

SERÁ MAIS COMPLICADO IR PARA O RIO DE JANEIRO DE ÔNIBUS.

O grupo político de Eduardo Paes não desiste. Aliás, o PMDB carioca dá uma mostra de sua vocação autoritária, como mostra o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, que adota medidas antipopulares que atingem cidadãos dos oito aos oitenta.

O PMDB carioca tem como prática rasgar as leis, mesmo a Constituição Federal, e dar a falsa impressão de que está cumprindo as mesmas com rigor. Seus políticos têm a habilidade do discurso demagógico, dando a impressão de que suas arbitrariedades são "de acordo com o interesse público".

Isso é o mesmo que um estuprador dizer que só está praticando um ato de amor com a vítima e que ela apenas está agindo com nervosismo e pânico. Se o estuprador é boa pinta, o discurso então acaba soando convincente para os incautos.

Pois não bastasse o surto de pinturas padronizadas que simboliza a decadência dos sistemas de ônibus de várias cidades fluminenses, a partir da capital, Rio de Janeiro, e atingindo cidades como Niterói, São Gonçalo, Araruama, Cabo Frio, Teresópolis, Campos dos Goytacazes, Volta Redonda e até São João da Barra e, em breve, Nova Iguaçu, as linhas do Grande Rio para a capital serão as próximas vítimas.

O Secretário Estadual de Transportes, Carlos Roberto Osório - que, segundo dizem, é capaz de padronizar até uniformes de times de futebol, botando todos os times com um só uniforme representando a federação estadual - , agora quer fardar as linhas intermunicipais com uma "licitação" que acontecerá este ano.

A medida atingirá as linhas intermunicipais com destino ao Rio de Janeiro, urbanas e rodoviárias, o que inclui cidades como Rio de Janeiro, Niterói, São Gonçalo, Maricá, Baixada Fluminense e outras administradas pelo DETRO.

Ultimamente o DETRO está envolvido em casos de corrupção e irregularidades administrativas, como a incapacidade de controlar casos como de linhas com o mesmo código, como 565D, dos ramais "Santa Rosa X Passeio" e "Venda das Pedras X Candelária", e 750D, dos ramais "Charitas X Gávea" e "Santa Rosa X Estácio".

MAIS BUROCRACIA, CUSTOS E CONFUSÃO

Embora haja rumores de que o DETRO amenizará a pintura padronizada com a descrição dos nomes das empresas nas laterais dos ônibus - paliativo feito em projetos mais recentes de PP - , já que o visual da pintura ainda está para ser decidido, a iniciativa já irá causar os prejuízos que se observa nas linhas municipais do Rio de Janeiro e outras cidades, como Niterói e São Gonçalo.

Isso porque, além da pintura padronizada causar confusão entre os passageiros e acobertar a corrupção das empresas de ônibus - sem falar que os consórcios, ao serem montados pelo Estado, atrelam os governantes aos empresários do setor - , haverá maior burocracia até na hora de transferir veículos de linhas intermunicipais para municipais.

É o que ocorre, por exemplo, com a Viação Pendotiba, de Niterói. Até pouco tempo atrás, a empresa não precisava repintar totalmente o ônibus para transferir da frota intermunicipal para a municipal, bastando apenas repintar ou recolocar a plotagem nos espaços referentes ao número do veículo.

Hoje, no entanto, o ônibus precisa ser totalmente repintado, por causa da transferência para uma cidade que adota pintura padronizada. Isso representa maior custo, porque o ônibus é todo repintado, o que pode refletir nas despesas que forçam os aumentos anuais das passagens.

Isso causou, recentemente, complicações no sistema de transporte da Grande Belo Horizonte, em que empresas envolvidas têm suas frotas "esquartejadas" pelas diferentes pinturas padronizadas adotadas pelos seus municípios e serviços. As empresas acabam jogando ônibus de um consórcio para servirem linhas de outro, e fica mais complicado e difícil repor os carros nessas condições.

Daí a maior burocracia que se tem em solicitar carros para reforçar frotas de consórcios ou tipos de serviços, o que gera também mais custos de repintura. E, na transferência de ônibus de linhas intermunicipais para municipais, ou de alguns municípios para outros, além da repintura há o registro do consórcio, sendo mais burocracia, pois não se trata apenas de uma renumeração de carro e seu registro privativo da empresa operadora.

Isso mostra que a "licitação" que prevalece no sistema de ônibus do Brasil, além de agir contra artigos legais - como a própria Lei de Licitações, o Código de Defesa do Consumidor e até a Constituição Federal, é feita para esconder e não para mostrar as empresas. Se seus defensores afirmam que a pintura padronizada traz transparência, com certeza estão mentindo.

A pintura padronizada traz mais burocracia, encarece o sistema de ônibus, dificulta a fiscalização e acoberta a corrupção empresarial. Para que insistir nessa iniciativa, se ela traz tantos prejuízos para a população e os benefícios só para os políticos e empresários? Usar BRT e ar condicionado como desculpa não vale.

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