segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

REPORTAGEM DA REVISTA O GLOBO DESTACA CRÍTICAS À PINTURA PADRONIZADA NO RJ


Publicada ontem (04 de janeiro de 2015) na revista O Globo, suplemento dominical do famoso jornal carioca, a reportagem Delírio Coletivo descreveu um pouco da rotina dos busólogos do Rio de Janeiro.

O repórter Emiliano Rubim e o fotógrafo Pedro Kirilos - já conhecido pelas reportagens de O Globo e Extra sobre ônibus - entrevistaram integrantes dos grupos OCD Holding e Relatos de Viagem, além do pesquisador Alexandre Britto.

Entre outros aspectos enumerados, está a repulsa à pintura padronizada nos ônibus que, em que pese ter havido um "apoio" de certos busólogos nas mídias sociais, é repudiada pela maioria dos busólogos, mesmo os que hoje aceitam fotografar ônibus nesta condição, em especial quando são expostos carros novos.

O trecho correspondente à pintura padronizada (medida que, embora mantida pelas autoridades, demonstra completo fracasso em todos os aspectos, "atropelando" desde o hobby busólogo até leis de licitação e defesa do consumidor) foi assim escrito:

"Há uma unanimidade negativa na tribo: a norma da prefeitura do Rio que, desde 2010, determina que as linhas municipais tenham o mesmo visual, com laterais brancas e detalhes coloridos. A intenção é diminuir a poluição visual e padronizar a frota. Luís Claudio Triani, 38, fecha a cara quando tocam no assunto.


— Padronizou? Podrenizou. Parece uma caixa de lápis de cor — diz Luís, busólogo e funcionário da Light, que realmente não gostou da mudança. — Quebrou tudo o que a vida tinha de bom. Acabou com toda a beleza. Mais uma vez, o Brasil apagando sua cultura".


RUMORES DE PADRONIZAÇÃO VISUAL INTERMUNICIPAL

Recentemente, foi apresentado um ônibus da Viação Tanguaense, do município de Tanguá (RJ) e integrante do grupo empresarial da Turismo Rio Ita. A nova pintura apresentada apresenta o logotipo do "Estado do Rio de Janeiro", o que sugere um projeto de pintura padronizada intermunicipal, até agora não oficialmente anunciada.

Embora as autoridades tentem firmar a medida da pintura padronizada, ela repercute negativamente tanto entre empresas de ônibus, passageiros e busólogos. Em diversos aspectos, o sistema de ônibus decai porque a pintura padronizada sugere a identidade visual do Estado, e não de cada empresa, o que lhes diminui a responsabilidade de apresentar um serviço de qualidade.

Daí os ônibus sucateados, inclusive BRTs, que eventualmente sofrem acidentes que chegam a deixar, por mês, uma média de 40 pessoas feridas, embora também tenha deixado mortos, inclusive um atleta de ciclismo e uma produtora de um programa de entretenimento da TV Globo.

A medida também é acompanhada de outras medidas impopulares, como a extinção de linhas funcionais e de percurso sem concorrente, como 676 Méier / Penha e 952 Penha / Praça Seca, substituídas por alimentadoras de percurso reduzido, feitas para a baldeação por BRT. O fim das duas linhas causa desconforto aos passageiros, obrigados a pegar ônibus lotados, sejam "alimentadores" ou BRTs..

A indiferença das autoridades diante do fracasso de seu projeto de sistema de ônibus não consegue esconder a revolta da população. A cada dia a indignação da população contra ônibus com pintura padronizada, itinerários mutilados e dupla função de motorista-cobrador, torna-se mais evidente, de forma que as autoridades só perceberão as coisas depois de sofrerem tanto desgaste.

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